Falar de humanizar alguma coisa, pode parecer bobo. Afinal, tudo que um humano faz é humanizado. Será?
Nossa civilidade, nosso pensamento evolutivo e principalmente nossa empatia, são algumas coisas que nos diferenciam dos animais. Por isso, quando se pede humanização da tecnologia, se está falando justamente de processos empáticos, na interface humano x máquina.
Há autores como Flusser que irão entender a tecnologia como uma extensão do ser humano. Há autores que são contrários a esse posicionamento. E há nós! Seres humanos comuns que precisamos lidar com os aparatos tecnológicos.
A tecnologia só se torna desumana, quando temos uma dificuldade com ela, ou quando ela gera uma dificuldade. Se ela gera problemas aos outros e não a nós, isso também não é algo que nos incomode. Por isso, humanizar a tecnologia é relativo. E relativizar, entender os elementos do mundo dando importâncias diferentes em contextos diferentes é um atributo 100% humano. É muito difícil para a máquina relativizar, mesmo que ela seja programada para isso, ainda assim, irá encontrar os limites da programação.
E esse aspecto é bom e ruim ao mesmo tempo. Você não pode fazer beicinho e cara de gato perdido para o seu celular para que ele faça algo que você quer, já com outro ser humano você pode. E aí eu vejo vantagem no celular (risos). Pois como humanos também temos falhas.
E quando vamos humanizar a tecnologia? Quando permitirmos que ela aprenda e tenha falhas. Só que será que estamos dispostos a nos submeter a inteligências artificiais? Será que você gostaria que seu celular por não ter gostado da forma como você o tratou ele ficasse sem se desbloquear por uns dias?
Haverá, sempre, aspectos bons e ruins naquilo que fazemos. Por isso, precisamos aprender a ter calma, a encarar o presente, e a pensar num futuro mais amoroso e civilizado, e relativizar a tecnologia até lá.