A primeira pergunta que nos devemos fazer na sequencia é "para quem?" ou "para o quê?". Ser bom ou mau exige uma correlação, um estado de estar com outra consciência, outro corpo. Quando fazemos a dissociação entre nossa alma e nosso corpo, ser bom com esse templo em que habitamos também é importante.
Contudo, essa palavra minúscula, gera muita comoção ao redor do globo. A usamos para justificar atrocidades com a humanidade e também para conosco. Quantas vezes eu, ou você, já postergamos um sonho ou um projeto, porque a situação atual estava boa. Quantas vezes nos servimos a mais, porque estava bom? E quantas vezes nos sacrificamos e nos silenciamos, pois queríamos ser boas pessoas?
Você já deve ter notado que bom ou mau é um critério de classificação. Requer parâmetros para que cada um possa fazer essa avaliação. Ao longo da história da humanidade, o ser humano deu essa autoridade aos deuses, ao Deus, aos Reis, aos governantes, aos juízes e também aos anciões... E por aí vai a lista de terceirização do nosso critério de bom e ruim...
Demora até que a gente encontre um equilíbrio entre o peso da balança que fica fora de nós, e o que fica dentro. Nosso sistema interno também tem seu juiz é o nosso Super Ego. Ele dita regras, leis, censura a gente. Só que ele é capaz de aprender, de evoluir e se desenvolver. Tudo depende do nossos sistemas de crenças, filosofia, moral e ética. E a partir daí vamos determinando o que é ser bom.
Esse conceito evolui com nossa sociedade, mas também evolui individualmente. Quanto mais você experiencia da vida, mas fatores de avaliação vai tendo. Quanto menos relacionamentos verticais e mais relações horizontais, menos se preocupa com isso e mais vive isso.
Ser bom não pode ser para uma foto no instagram, ou para uma matéria no jornal. Ser bom precisa ser a vontade. Quando a vontade é boa, quando me permito escolher aprender, mesmo que eu erre ou faça algo mau, o final será de aprendizado, evolução e bondade. Isso se a vontade for boa. Quando falo em vontade boa, me refiro ao poder de construir. De gerar espaços para o afeto, para a criatividade, para a solução. Quando a vontade é má, ela quer destruir, impedir, cercear.
É por isso que acabamos muitas vezes deixando para o externo definir se somos bons ou maus. E não só por isso, nossa forma de educação prima pela censura, não pela experiência. Logo, começamos a conhecer o mundo pela voz do NÃO e do SIM. E como pouco compreendemos de tudo isso, deixamos que essa voz que nos dita as regras estabeleça dentro de nós o que é bom ou mau.
Se você está procurando uma definição do que é bom. Saiba que o bom é tudo aquilo associado ao prazer, ao construir, ao elevar, ao sentir. Mesmo que no caminho haja dificuldades, se a intensão é construtiva, positiva e dialogada, logo é uma boa intensão.
E fique atenta(o), é preciso um exercício constante de realidade para usar a balança do bem e do mal. O ideal é sempre dar um passo atrás e enxergar o todo, as ações e reações de cada gesto.